Temos comentado mensalmente sobre algumas das características importantes deste processo de reação da economia brasileira. Citamos a importância do menor impacto inflacionário no orçamento das famílias, os efeitos positivos de menores juros para a aceleração de nossa geração de riqueza, das influências que incertezas políticas traziam à confiança dos agentes e na Carta de Conjuntura do mês passado o visível descolamento do ambiente econômico em relação ao mundo político, ainda que no curto prazo.
Aos poucos vão ficando para trás as projeções sobre o encerramento de 2017 e passamos a vislumbrar um mundo de projeções para 2018. Ainda assim, ressalta-se que é cada vez mais visível que nossa economia crescerá entre 0,7% e 0,8% no atual ano, com visão otimista de até mesmo +1,0%. Isto, com inflação baixa, juros em queda e emprego se recuperando. Neste último caso, a projeção do mercado de trabalho formal é o início do processo de recuperação das quase 2,9 milhões de vagas perdidas no acumulado de 2015 e 2016. De janeiro a setembro de 2017 o país gerou 209 mil postos de trabalho com carteira assinada. Esta, sem dúvidas, é uma das variáveis mais estratégicas para o fortalecimento da renda e consumo das famílias.
Mas, e para 2018? Todos sabemos da máxima de que o ano começa após o carnaval. A existência de uma copa do mundo de futebol e eleições para presidência, senado federal e câmaras de deputados (estaduais e federais), têm instigado nos comentaristas de plantão opiniões de que teremos um ano de pouca ação política, mas de grandes ações de politicagem para as campanhas eleitorais.
De toda forma, o que se espera ao âmbito econômico é a continuidade do processo de recuperação. Para isso, três importantes pontos são citados como essenciais, ainda que estejam bastante interligados. O primeiro deles é independência de ações por parte do Banco Central e blindagem da nossa equipe econômica. O segundo é controle mais rígido das contas públicas, para que haja diminuição do déficit primário e estancamento do crescimento de nossa dívida pública. O terceiro, e já esperado, refere-se a reforma previdenciária, que delimita de forma bastante clara a própria saúde fiscal de médio e longo prazos no nosso país. Estas são ações vitais para continuidade de aceleração do crescimento e para uma dinâmica econômica mais moderna e sustentável no longo prazo.
Com esta análise, as projeções macroeconômicas que o Sindaesp faz para 2017 e agora também para 2018 ficam desta forma: