Conforme previsto pelo Sindaesp na última carta de conjuntura de 2017, o crescimento econômico de nosso país para aquele ano ficaria em 1%. Foi o que aconteceu. Depois de sofrer a maior retração econômica desde a década de quarenta, com a queda de 7,2% do PIB nacional, iniciamos um processo lento e, esperamos, gradual da atividade perdida. Espera-se que somente após de 2020 tenhamos a mesma produção de riqueza do período pré-crise. Teremos quase uma década perdida, sem contar que quando se calcula o quanto se retrai, se esquece que no período deveríamos estar crescendo.
Para 2018 a tendência realmente é de aceleração desse processo de recuperação econômica. Cresceremos próximo aos 3% neste ano. Obviamente há uma base fraca de comparação, mas o fortalecimento do consumo das famílias elevará a nossa produção de riqueza. Este grupo representa praticamente 60% do PIB brasileiro. Inflação e juros mais baixos e desemprego em queda são os responsáveis por este possível cenário. Além disso, provavelmente veremos de forma ainda bastante tímida a evolução do investimento, citado nas contas nacionais como a formação bruta de capital fixo. É algo positivo, mas residual, pela incerteza econômica a médio prazo e a grande capacidade ociosa que enfrentamos no setor produtivo do país.
Mas as perguntas pairam e são importantes. Como crescer 3% num ano de eleição, copa do mundo e sem reforma previdenciária? Ressalta-se que o impacto da copa do mundo de futebol é irrisório para o desenvolvimento de nossa riqueza, até porque a mesma não ocorre em nosso território. Quanto ao período eleitoral, por enquanto o mesmo possui capacidade de afetar investimentos e projeções de médio prazo, isto é, o cenário confuso e sem lideranças traz diminuto impacto aos números de 2018.
Agora, sem reforma previdenciária a situação se complica um pouco mais, porém somente caberá ao novo governante, encontrar uma saída para o problema. Para 2018, o mercado em si já não esperava sua aprovação, tanto que até o rebaixamento das notas de investimento do país era aguardado. Em resumo, garante-se um 2018 melhor, pois há bases fraquíssimas de comparação pós retração econômica a partir de 2014, e pouco impacto de curto prazo na composição do PIB com o período eleitoral e negativa da reforma previdenciária.
A partir dessas reflexões, são expostas as projeções macroeconômicas que o Sindaesp apresenta mensalmente.