A impressão que se tem ao analisar o desempenho de nossa economia neste mês de maio é de que poderia ser melhor. E este “ser melhor” é em relação ao ritmo de aceleração pós-crise. Esperava-se que o PIB crescesse por volta de 3,0% em 2018. Hoje, contentamo-nos em pensar em +2,5%. Ainda assim, mais que o dobro do registrado na evolução, em 2017. Em suma, há arrefecimento do processo de recuperação da atividade econômica. Incertezas externas, desde números da economia argentina até aumento de juros na economia americana, têm contaminado o mercado e se aliado, cada vez mais, às incertezas internas, muito relacionadas ao processo eleitoral de outubro.
A expectativa é de que teríamos um primeiro semestre tranquilo e volatilidade nos seis meses finais impactados pela eleição. Agora, sabe-se que o dólar alto barrou a continuidade da queda de juros, no qual o banco Central se mostrou cauteloso ao prever o impacto disso na inflação interna. Ao mesmo tempo, o emprego ainda está demorando para reagir. Essa demora era esperada, pois essa variável depende de expectativas mais sólidas e de um bom horizonte nos médio e longo prazos para se consolidar. E sem conhecer ao menos uma chapa (candidato a presidente e seu vice) para 2019, não há possibilidade de apostar muito lá na frente.
O que nos resta é calibrar as expectativas de evolução recente de nossa economia. Rever a animação de uma saída rápida da crise. Observar com maior pragmatismo o impacto recente de juros e inflação baixa na renda das famílias e perceber, ao mesmo tempo, como melhores números de receitas empresariais não têm se transformado de forma ligeira em aumento de postos de trabalho.
A impressão que dá é que a vontade dos analistas de retomada era tão grande, que nos esquecemos como nossa economia é grande, diversa, e ao mesmo tempo lenta e com areia nas engrenagens, no sentido de ser pouco dinâmica, burocrata e volátil aos cenários externos. Aos poucos, vamos caminhando para uma realidade melhor, econômica e de análise.
A partir dessas novas reflexões, são expostas as projeções macroeconômicas que oSindaesp apresenta mensalmente. As setas denotam evolução de nossa opinião em relação ao mês anterior.