A última Carta de Conjuntura do Sindaesp, no mês de setembro, mostrou as dificuldades de se avaliar a economia e seu futuro num ambiente de debates tão tomado pela esfera política. Ainda mais quando se observava um pleito nacional difuso e instável após cada divulgação de pesquisas com eleitores, principalmente, de duas das maiores empresas de coleta de opiniões do país. Com a chegada do segundo turno, os cenários se afunilam e, a despeito da qualidade dos projetos, eles se explicitam à população e ao mercado, diminuindo opções e facilitando projeções.
Votando no melhor candidato, ou no menos pior dos dois, nos parece que a polarização direita e esquerda é substituída por extremismos ideológicos cada vez mais pessoais e oportunistas nas manchetes das notícias, de ambos os lados. Não que tais assuntos não sejam importantes, mas há muita discussão de ideias e pouco esforço na apresentação e entendimento dos projetos. No âmbito econômico é mais relevante o “como” fazer do que “o que” fazer. Todos conhecem nossas dificuldades, mas há de se observar como sair e não voltar a elas.
Em nossa opinião, as decisões deverão ser pautadas de forma a melhorar o ambiente de negócios, pois apenas retomando o giro econômico é que se cresce mais, se gera confiança e isso se transforma em investimentos. Para isso, necessita-se de um governo capaz de cumprir seus compromissos. Tudo se inicia com o equilíbrio fiscal, com arrumação da casa. Concomitante a isso é necessário um processo de reformas, concessões e desburocratizações, dando espaço à iniciativa privada e à concorrência.
Ressalta-se que mesmo sendo o consumo a maior parte de nossa riqueza, não é através dele que se cresce com sustentação, como já vimos. É através dos investimentos. Do público, em áreas estratégicas e básicas, e principalmente do privado na produção de máquinas, equipamentos, instalações e emprego.
Em suma, há de se observar melhor os projetos e avaliar as condições dos mesmos para que se concretizarem. Nesse sentido, é vital contextualizar os meandros políticos, mas sabendo que tudo começa no setor público. Ajuste fiscal, reformas e alteração do Estado paternalista e gigante para um estratégico e forte. Por isso, não se pode dedicar todo olhar apenas ao cunho ideológico dos discursos, mas seus impactos nos projetos. Sejam eles políticos, sociais, educacionais, de saúde ou segurança. No fim, todos dependem do âmbito econômico para garantir viabilidade e sustentação.
Bom voto!
A partir dessas reflexões, são expostas as projeções macroeconômicas que o Sindaesp apresenta mensalmente. As setas denotam evolução de nossa opinião em relação ao mês anterior.