Carta de Conjuntura SINDAESP – Ed. nº 16

CARTA DE CONJUNTURA SINDAESP

Novembro 2018

Encerramos a última carta de conjuntura do Sindaesp no mês passado desejando bom voto aos leitores. Agora, com o fim do pleito eleitoral, nos cabe avaliar e projetar o que temos pela frente: o que 2019 nos reservará. A nova equipe econômica receberá um país com trajetória conjuntural melhor do que o atual recebeu. Os juros estão em menores patamares, assim como inflação e desemprego. As expectativas são de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) evoluindo de forma cada vez mais acelerada comparado ao de 1% em 2017 e até 1,5% em 2018.

Contudo, é importante ressaltar que se conjunturalmente o viés é de alta, após profunda recessão, as questões estruturais se mantêm. Isto é, o que nos vai permitir, ou não, trilhar uma evolução enfim sustentável do desempenho econômico. Ainda são grandes os desafios a transpor. Estamos falando de retorno do equilíbrio fiscal do Governo Central, de reformas vitais como as da Previdência e a Tributária, de um pacote de concessões com o objetivo de diminuir gastos e custeio da máquina pública, assim como da desburocratização que nos permita, enfim, um melhor ambiente de negócios para destravar investimentos financeiros e produtivos.

O mercado parece estar gostando das escolhas da nova gestão, seja na composição ministerial, seja em relação ao Tesouro Nacional e ao Banco Central. A defesa do liberalismo como ideologia, composição com profissionais da área bancária privada e a proposta de maior independência do próprio BACEN, têm acalmado mercados e, com isso, garantido ganhos financeiros aos investidores e taxa de câmbio em melhores patamares. Esta última realidade permite menor pressão inflacionária e, consequentemente, continuidade de política monetária mais expansionista.

Nos resta aguardar os novos nomes a serem anunciados, assim como os discursos do novo Executivo. Há de se observar o desempenho econômico nestes últimos dias de 2018. Temos pela frente injeção do 13° salário, quitação de débitos, maior consumo das famílias. É momento de finalizar o ano aguardando os números do varejo e planejar 2019.

A partir dessas reflexões, são expostas as projeções macroeconômicas que o Sindaesp apresenta mensalmente. As setas denotam evolução de nossa opinião em relação ao mês anterior.

As projeções macroeconômicas do Sindaesp:

  • Crescimento da economia brasileira em 2018: +1,4% (↑);
  • IPCA/IBGE em 2018: 4,4% (↔);
  • SELIC no fim de 2018: 6,50% (↔);
  • Taxa de Câmbio no fim de 2018: 3,80 (↓);
  • Balança Comercial em 2018: US$ 55 bilhões de superávit (↔);
  • Vendas do varejo em 2018: +2,0% (↔);
  • Volume dos serviços 2018: -1,0% (↔).
Jaime Vasconcellos
Economista e assessor econômico do Sindaesp