Carta de Conjuntura SINDAESP – Ed. nº 13

CARTA DE CONJUNTURA SINDAESP

Agosto 2018

Desde o início do ano, temos falado em nossas cartas de conjuntura sobre os impactos trazidos aos agentes econômicos pelo pleito eleitoral de 2018. Pronto! A disputa eleitoral já começou. As chapas estão postas e, salvo prováveis decisões do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), sabemos quem disputará a presidência, seu vice e sua equipe, inclusive a econômica.

Se tem algo que o pleito eleitoral causa é incerteza, seja quando se tem algum candidato disparado, o qual pode ter conforto na sua candidatura, seja quando se possui um quadro como o atual, difuso, com candidatos ora fracos, ora cheios de mesmices e outros com discursos por certo anacrônicos. Esta realidade impõe incerteza ao mercado interno e a quem pretende investir no país. O resultado é perda de confiança e, consequentemente, paralização de investimentos e tomada de crédito.

Pelos movimentos de dólar e bolsa, fica claro que o mercado tem alta preferência pelo centro-direita. Está claro que há receio de não compromisso ao equilíbrio fiscal,  retrocesso em reformas aprovadas e da não realização de outras, assim como proteção à liberdade individual e de imprensa, cumprimento dos contratos, propriedade privada, entre outros pilares de uma democracia que busca amadurecimento.

Pelos próximos 60 dias teremos mais instabilidade. A margem de erro é maior que a de acerto. Isto porque o cenário político, as ideias propostas pelas lideranças ainda não passam a necessária confiança em relação ao projeto de desenvolvimento e modernização do ambiente socioeconômico brasileiro. Mas, voltando à realidade, teremos um dólar sem muitos limites. Os investidores externos ficarão  inertes até um horizonte mais claro, assim como os consumidores, receosos em adquirir crédito.

Aos empresários e parceiros que nos leem, a dica é pragmatismo em seus negócios. Não é hora de grandes movimentos, mas sim de se ganhar eficiência gerindo melhor seu caixa, fornecedores, estoques, quadro funcional e clientes. Há uma necessidade de se aguardar o pleito eleitoral, avaliando quais protagonistas trazem consigo melhor bom senso ao ambiente social, econômico e político nacional. Espera-se, condicionando o futuro socioeconômico de país, que nossos próximos líderes respeitem a legislação vigente, as leis de mercado e compartilhem uma visão de Estado competente e enxuto.

A partir dessas reflexões, são expostas as projeções macroeconômicas que o Sindaesp apresenta mensalmente. As setas denotam evolução de nossa opinião em relação ao mês anterior.

As projeções macroeconômicas do Sindaesp:

  • Crescimento da economia brasileira em 2018: +1,3% (↓);
  • IPCA/IBGE em 2018: 4,3% (↑);
  • SELIC no fim de 2018: 6,50% (↔);
  • Taxa de Câmbio no fim de 2018: 3,75 (↑);
  • Balança Comercial em 2018: US$ 55 bilhões de superávit (↔);
  • Vendas do varejo em 2018: +2,0% (↓);
  • Volume dos serviços 2018: -1,0% (↓).
Jaime Vasconcellos
Economista e assessor econômico do Sindaesp