Carta de Conjuntura SINDAESP - Ed. nº 07

CARTA DE CONJUNTURA SINDAESP

Fevereiro 2018

O carnaval se foi e os mais bem-humorados dizem que o ano começa agora. Do ponto de vista econômico esta não é uma realidade. Estes dois meses foram muito importantes para se traçar projeções, já que tivemos vários fechamentos de indicadores macroeconômicos anuais. Por enquanto o otimismo ainda impera. É um otimismo cauteloso frente a um ano eleitoral, mas no curto prazo se observa a elevação da confiança, com a economia se mantendo mais acelerada.

Tivemos a menor inflação para o mês de janeiro desde o início do Plano Real, vimos o desempenho do volume de vendas do comercio brasileiro se expandir, o mercado de trabalho com carteira assinada se estabilizar e o mercado financeiro continuar seu voo de cruzeiro. Afinal, para este último ponto, observa-se que a bolsa de valores brasileira (Bovespa) é a que mais valorizou no mundo desde o primeiro dia de 2018. Uma pressão mais amena no nível geral de preços deve garantir mais uma redução da taxa básica de juros, para 6,50% ao ano. Uma realidade de juros baixos, inflação baixa, retorno do emprego (ainda que timidamente) dá boa segurança para um crescimento significativo da economia em 2018.

Alguns pontos de atenção ainda justificam a expressão “otimismo cauteloso”, utilizado no início deste texto. Mesmo com continuidade do bom cenário econômico neste primeiro bimestre, a aprovação reforma da previdência ainda é incerta, pelo menos no prazo determinado pelo Executivo. Isso pode acarretar incertezas, já que está em jogo a sustentabilidade de médio e longo prazo do equilíbrio fiscal. Hoje um desequilíbrio. Quanto mais tempo se aproxima da data da eleição , mais cautela aos investidores. De toda forma, é necessária a atenção diária aos indicadores, projeções e analises econômicas, pois na vida política, econômica e social brasileira cada dia realmente é um capitulo, que infelizmente não se sabe se acaba com final feliz. Mas sempre há um dia após o outro.

Com estas reflexões, ainda otimistas na margem, mas constantemente realistas nos cenários, apresentamos as projeções macroeconômicas que o Sindaesp expõe mensalmente:

As projeções macroeconômicas do Sindaesp:

  • Crescimento da economia brasileira em 2017: +1,0% (↔);
  • Crescimento da economia brasileira em 2018: +3,0% (↔);
  • IPCA/IBGE em 2018: 3,8% (↔);
  • SELIC no fim de 2018: 6,50% (↓);
  • Taxa de Câmbio no fim de 2018: 3,30 (↔);
  • Balança Comercial em 2018: US$ 50 bilhões de superávit (↔);
  • Vendas do varejo em 2018: +4,5% (↔);
  • Volume dos serviços 2018: +2,0% (↓).
Jaime Vasconcellos
Economista e assessor econômico do Sindaesp