Carta de Conjuntura SINDAESP - Ed. nº 06

CARTA DE CONJUNTURA SINDAESP

Janeiro 2018

O mês de janeiro sempre tem um “charme” diferente no que tange aos planos que cada um de nós fazemos em nossa vida pessoal e profissional. É o mês 1, em que tudo começa e, por isso, traz uma certa simbologia das projeções que fazemos para nossos próximos meses do ano. Aos economistas, em sua atuação técnica, tal realidade não é diferente. Talvez, com até mais satisfação, pois é um profissional treinado a ler cenários, trabalhar dados, informações, e com eles fazer suas aguardadas previsões. Nesta primeira Carta de Conjuntura de 2018, iremos realizar tal ação.

Uma coisa é bem provável: teremos um ano com incertezas e dificuldades trazidas pela crise dos últimos três anos, mas uma economia mais dinâmica e com maior taxa de crescimento. Em suma, 2018 deverá ser melhor que 2017. E três questões são inerentes a essa afirmação:

1- Por que será melhor?

Porque os determinantes de uma economia mais forte crescerão em 2018: consumo e investimento. Com inflação mais baixa, SELIC entre 6% a.a. e 7% a.a. e desemprego em queda haverá aumento da massa de salários e menor impacto negativo no poder de compra dos consumidores. Ao mesmo tempo teremos expansão dos investimentos, ainda que de forma bastante tímida, dada a significativa capacidade ociosa de nossa economia.

2- Qual o tamanho do crescimento?

A previsão é que a economia brasileira cresça em torno dos 3% em 2018, frente ao crescimento de 1% projetado para 2017. Grande parte deste avanço virá do consumo, a despeito da evolução menos acelerada dos investimentos, até porque este último se retraiu mais na crise e depende de projeções e de um ambiente mais estável de médio e longo prazo para ser consolidado e fazer grande diferença. Ainda assim, estamos correndo atrás do tempo perdido, já que a economia se retraiu mais de 7% em três anos, ou seja, estamos escalando o poço de volta à superfície.

3- O que pode atrapalhar?

As incertezas vêm de duas frentes principais. O ambiente político devido ao processo eleitoral nacional, pois qualquer possibilidade de um projeto vencedor que não possua bases sólidas de responsabilidade fiscal deve gerar seríssimas turbulências. O outro ponto refere-se à reforma previdenciária. Se a reforma não for aprovada, não há projeto político que salve as finanças do governo central. Sem equilíbrio fiscal não há ambiente econômico para confiança, credibilidade e investimentos.

Com estas reflexões, otimistas na margem, mas realistas nos cenários, são expostas as projeções macroeconômicas que o Sindaesp publica mensalmente:

As projeções macroeconômicas do Sindaesp:

  • Crescimento da economia brasileira em 2017: +1,0% (↔);
  • Crescimento da economia brasileira em 2018: +3,0% (↔);
  • IPCA/IBGE em 2017: 3,1% (↔);
  • SELIC no fim de 2018: 6,75% (↓);
  • Taxa de Câmbio no fim de 2018: 3,30 (↔);
  • Balança Comercial em 2018: US$ 50 bilhões de superávit (↔);
  • Vendas do varejo em 2018: +4,5% (↔);
  • Volume dos serviços 2018: +4,0% (↔).
Jaime Vasconcellos
Economista e assessor econômico do Sindaesp