Carta de Conjuntura SINDAESP - Ed. nº 05

CARTA DE CONJUNTURA SINDAESP

Dezembro 2017

Na carta de conjuntura de novembro/2017 falamos sobre a importância maior de se projetar a realidade econômica brasileira em 2018, do que se preocupar com os dados de fechamento de 2017. Obviamente, há uma ansiedade por melhores números e horizontes, que são bem factíveis para 2018. Todavia, utilizo este último espaço mensal para finalizar nossas avaliações do que foi 2017 em relação ao cenário econômico nacional, ainda que continuemos a confiar em nossas projeções para o novo ano.

De forma objetiva, 2017 foi o ano de estabilização da economia brasileira. Ano de estancamento do processo recessivo e grave que nos assolou em 2015 e 2016. Há quem diga que nosso PIB tenha decrescido até 7,5% nesses dois anos, e que precisaremos do dobro de tempo para recuperá-lo totalmente. Isto é, quase tivemos uma década perdida. De toda forma, 2017 foi o ponto de inflexão. Da parada do elevador que caía vertiginosamente pelos andares de um gigante prédio, estacionando em um ponto e iniciando sua subida para o térreo, que deve ser alcançado novamente apenas em 2021.

É um ano que termina melhor do que começou e do que se esperava. O PIB projetado em janeiro era positivo em 0,3%, será de 1%. A taxa de desemprego prevista para parar de crescer no último trimestre, parou foi no fim do segundo. A inflação se manteve baixa e possibilitou cortar pela metade a taxa básica de juros. Safra recorde, retorno de geração de emprego com carteira assinada, câmbio estável, reformas macroeconômicas e microeconômicas e até mesmo uma reação neste final do ano do investimento, inseridos no cálculo do IBGE como “formação bruta de capital fixo”.

O cenário real descrito acima demonstra como temos motivos para comemorar a reação econômica, a despeito das incertezas políticas e do seu impacto no plano social. Sem dúvida, este é ainda um local de lamentações pelo retrocesso social trazido pela má atuação do mundo público e privado, aliado aos resultados maléficos na economia real de tamanha crise econômica do nosso país.

Por fim, sabe-se que o descolamento do mundo econômico da esfera política, a reforma trabalhista e micro reformas, a possibilidade de uma reforma previdenciária e controle mais efetivo dos gastos públicos foram responsáveis por uma reação mais rápida em 2017 e possibilitarão, se respeitados, que nosso elevador econômico retome sua subida de forma mais acelerada daqui para frente melhorando o campo social. Não há mais tempo a perder.

Com esta análise, as projeções macroeconômicas que o Sindaesp faz para 2017 e também para 2018 ficam desta forma:

As projeções macroeconômicas do Sindaesp:

  • Crescimento da economia brasileira em 2017: +1,0% (↑);
  • Crescimento da economia brasileira em 2018: +3% (↑);
  • IPCA/IBGE em 2017: 3,1% (↔);
  • IPCA/IBGE em 2018: 3,5% (↔);
  • SELIC no fim de 2017: 7,00% (↔);
  • SELIC no fim de 2018: 6,75% (↓);
  • Taxa de Câmbio no fim do período (2017): 3,20 (↔); Taxa de Câmbio no fim do período (2018): 3,30 (↔);
  • Balança Comercial em 2017: US$ 60 bilhões de superávit (↑); Balança Comercial em 2018: US$ 50 bilhões de superávit (↑);
  • Vendas do varejo em 2017: +1,5% (↔);
  • Vendas do varejo em 2018: +4,5% (↔);
  • Volume dos serviços em 2017: -3,2% (↔);
  • Volume dos serviços em 2018: +4,0% (↔);
Jaime Vasconcellos
Economista e assessor econômico do Sindaesp